Como definiremos saúde mental?
O termo saúde mental apresenta diversas definições, e por isso parece um termo indefinido. É importante, antes de tudo, lembrar
 que para falarmos de saúde mental precisamos olhar para as problemáticas de alguns discursos e paradigmas associados; como, por exemplo, que saúde mental é ausência de sofrimento.

Olhar criticamente para a romantização da universidade
Para muitos estudantes entrar em uma universidade é um sonho. Conseguir esse feito exige muita disciplina, determinação e resiliência. Mas, ao entrar na graduação, os problemas não finalmente acabaram; apenas tomaram outra proporção.

Em números
“Um estudo conduzido pela Organização Mundial da Saúde, entre universitários de oito países, constatou que 
35% dos estudantes apresentavam triagem positiva para ao menos um dos transtornos mentais comuns avaliados, motivos de sofrimento e prejuízo ao desempenho acadêmico“.

“Uma revisão integrativa da literatura brasileira constatou variação de 34% a 49% na prevalência de sofrimento psíquico entre universitários“.

“Pesquisa realizada com 136 mil graduandos, verificou que 80% tiveram dificuldades emocionais, sendo 58% relacionadas a quadros de ansiedade, 45% a sentimento de desânimo/falta de vontade, 32% a insônia/alterações de sono, 23% a sentimento de desamparo/desesperança, 21% a sentimentos de solidão, 13% a problemas alimentares e 11% a medo/pânico. Os resultados identificaram ainda 6% de ideia de morte e 4% a pensamento suicida, correspondendo a quase 60 mil discentes que pensaram em morte e 40 mil com ideação suicida”.

Como lidar com esse contexto?
Antes de tudo, a resolução desses conflitos não é nunca de responsabilidade apenas do estudante. É imprescindível que a comunidade acadêmica e o sistema educacional como um todo olhem de forma crítica para essa realidade. Contudo, existem estratégias que podem ajudar os estudantes a conciliarem a saúde mental com a graduação e, posteriormente, o mercado de trabalho.

Estratégias

  • Organização tanto do ambiente de estudos, quanto da rotina;
  • Momentos de lazer/prazer diários;
  • Atividade física regular;
  • Mindfulness;
  • Suporte social e rede de apoio;
  • Integração acadêmica;
  • Interação social;
  • Autoconhecimento;
  • Trabalhar o desenvolvimento de tolerância à frustração e adaptabilidade.

Nada disso é fácil, mas você não está sozinho(a)
As estratégias acima podem exigir algumas habilidades que serão desenvolvidas com o tempo. É importante lembrar-se, sempre, de que tudo é um processo e que este não tem prazo para ser concluído.

Peça ajuda, compartilhe as angústias com pessoas do seu curso, procure se conhecer e saber o que te faz bem, e escolha as suas prioridades sabendo que cada uma delas tem consequências, mas que nenhuma deveria custar a sua saúde mental.

Texto por: Débora Vilela – Membro de Mercado